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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Reticências

- Seria interessante se ela não pudesse enxergar minhas verdades.
- É... quem sabe assim vocês não tivessem terminado o relacionamento.
- E no final sou apenas um....
- Ela usa metáforas meio malucas.
- Ela é um amor de pessoa, mas não consegue traduzir o sentimento dela em formas convencionais...
- Entendo.
- Não, não entende.
- Porque não?
- Ela é intensa... Os olhos quase não dizem nada ao seu respeito e no entanto eu sou um ....
- De repente pode ser exagero. O que acha?
- Olha, é difícil discutir sobre semântica numa mesa de bar, não acha?
- Quem sabe...

(Disfarçadamente ele pega o celular)

- Não acredito que você vai ligar pra ela. Acho que vocês podem resolver isso por e-mail...
- Ela não é do tipo que escreve e-mails.
- Você disse que ela prefere papel e caneta, não é?
- Preciso saber onde ela está...

( Mais uma vez ele pega o celular)

- Porra! Ataque de homem mal amado numa mesa de bar, não.

(Já na ultima cerveja)

- Descobri!
- O que?!
- Reticências não têm sentimentos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Uma poesia do amor entre os anjos vermelhos

No embalo da rede
Tu vens sem medo
Sacia-me da tua sede
Percorre a tua mão
Por entre os meus dedos
Alimente-se do meu desejo
Sacia tua paixão

Te convido pra descansar
Venhar conhecer o meu céu
Meu universo estrelar
Minhas luas e minha maré
Irás sentir o movimento
meu tempo e o meu momento

Um pensamento
e uma vontade
de voar

Venha dançar
Sobre as linhas cruzadas
a dança das encruzilhadas

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Um anjo é vermelho pois na infância foi cupido mal sucedido. É como se gritasse: Estou aqui, mas tenho medo. Existe amor ali e ele nasce entre ervas daninhas. E o tempo faz dessa tragédia um conto poético.